Como parte fundamental da nossa programação, a Mostra Competitiva de Curtas do CineUrge recebeu em 2016 cerca de 565 inscrições de filmes vindos de 20 estados brasileiros. Deste total, selecionamos apenas 30 curtas metragens. Além das categorias tradicionais como documentário, ficção, experimental e animação, desde a última edição, introduzimos também um prêmio na categoria de melhor filme na opinião popular, que deve ser escolhido pelos presentes nas exibições.
// Ficção
Persona | Rio de Janeiro, 2016, Dan Albuk, ficção, 10 min.
Um serial killer procura em sua última vítima a forma mais pura de enxergar a pele por debaixo das máscaras de todos nós.
Cuscuz Peitinho | Natal, 2016, Rodrigo Sena e Julio Castro, ficção, 15 min.
Carol, 27 anos, sempre esteve aos cuidados da tia conservadora. Em sua ausência, ele permite a se descobrir com a ajuda de um novo amigo.
Janaína Overdrive | Fortaleza, 2016, Mozart Freire, ficção, 19 min.
Uma transciborgue busca sua sobrevivência longe do controle biotecnopolítico da corporação.
Bá | São Paulo, 2015, Leandro Tadashi, ficção, 14 min.
O menino Bruno é obrigado a lidar com as mudanças que ocorrem em sua vida quando sua “Bá” (de Batchan, avó em japonês) é trazida para morar em sua casa.
Tem Alguém Feliz em Algum Lugar | Rio de Janeiro, 2015, Alvaro Furloni e Mário Furloni, ficção, 18 min.
Miguel é um jovem deficiente auditivo. Elisa é uma mulher solitária, que mora no edifício em que Miguel trabalha. Um dia, Miguel encontra uma porta aberta e decide entrar.
Maria | Recife, 2016, Carol Correia, ficção, 13 min.
No tempo do corpo vive a memória. Maria caminha pela rua de um tempo de beleza e desventuras, amores diversos e solidão. O filme é inspirado em Severina Branca, ex-prostituta, poetisa, analfabeta e autora de alguns versos usados no filme.
Os Olhos de Arthur | Fortaleza, 2016, Allan Deberton, ficção, 15 min.
Arthur quer ser nadador. Maria, sua cuidadora, quer se casar.
Condado de Tuiuiú | São Paulo, 2015, Steve, ficção, 15 min.
Otto Botín vem da cidadela vizinha, onde trabalha na sapataria de sua família. Quando recebe uma carta de Gene Cortez, marido da herdeira da propriedade, ele atravessa os mananciais de água e os campos de cana de açúcar para se candidatar a uma vaga de emprego. Após a entrega ser feita, para se eleger a esta vaga, Otto é designado a uma misteriosa tarefa, a qual o faz cruzar o caminho de alguns habitantes do condado, que estão perdidos e quebrados em suas próprias existências.
Considerações sobre fumaça e musgo | Rio de Janeiro, 2015, Artur Freire, ficção, 10 min.
Clara trava uma batalha contra seu ego repulsivo no único local onde o tempo presente se faz efetivo: A natureza.
Coração pela boca | São Paulo, 2016, Bruno Autran, ficção, 12 min.
Estômago. Pele. Pulmão. Fígado. Boca. Coração. O coração pela boca. Projeções. Uma montanha russa. Amores líquidos. Passageiros. Quase alcançar o céu. Adoecer. Um poema sobre a solidão nas grandes cidades.
// Experimental
Da Janela pra Consolação | São Paulo, 2016, Dellani Lima, experimental, 17 min.
O que existe através de uma janela? Os olhos que buscam a efervescência da vida ou a vida que deseja a imensidão desses olhos?
Ikini | Rio de Janeiro, 2016, Fernanda Rondon, experimental, 8 min.
Ikini é um filme sobre corpo e presença. Assim como a terra é marcada pelo tempo, cada corpo traz uma escrita invisível cravada na pele ao longo da vida. Ikini significa “saudação” em iorubá, um idioma de origem africana usado nos rituais das religiões afro-brasileiras.
Maria Track | São Paulo, 2016, Rhaíssa Monteiro Pinto, experimental, 7 min.
Um dia Maria acordou e aquela garota não estava mais ali. Maria não lembrava do seu rosto, nem do seu nome e foi procurá-la com uma única certeza: ela teria cabelo longo, liso e castanho.
Sessão da Tarde | Recife, 2016, Danillo Medeiros, Júlio Pereira, Nuno Aymar, experimental, 18 min.
Um filme de horror passando na Sessão da Tarde, um espetáculo performático: a votação da abertura do processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff.
Trem | São Paulo, 2015, Renato Coelho, experimental, 3 min.
Vila de Paranapiacaba, maio de 2015.
// Animação
Oxum | Belo Horizonte, 2015, Denis Leroy, animação, 8 min.
O curta-metragem Oxum apresenta a saga dos orixás para salvar a humanidade da seca e da fome na Terra, culminando no sacrifício de Oxum que, de um lindo pavão, vê-se transformar-se em abutre. Baseada na mitologia iorubá, a animação traz uma perspectiva visualmente experimental aliada à tradicional oralidade da cultura afro-brasileira.
Dalivincasso | Peruíbe, 2014, Marcelo Castro e Marlon Tenório, animação, 11 min.
Um quadro inédito, o encontro de dois gênios em uma única pintura chega ao museu numa noite chuvosa. O zelador do museu observa a obra sendo levada ao salão onde será exposta ao público. A caixa molhada pinga sobre a pintura, amolece a tinta e liberta os pintores xipófagos, que saem pelo museu interferindo de forma cubista e surrealista nas obras.
O sino de Montebello | Franca, 2016, Fernando Ferreira Garróz, animação, 4 min.
No dia de Natal, o badalar do sino da majestosa torre da igreja de Montebello evoca várias recordações na mente de um homem, em especial a lembrança de uma mulher, Gina. Adaptado de um conto de R. F. Lucchetti, mestre da pulp fiction e do terror brasileiros.
Parque Pesadelo | Curitiba, 2015, Aly Muritiba, Francisco Gusso e Pedro Giongo, animação, 13 min.
O Menino carrega nas costas as flores e o fardo de uma maldição.
Animais | São Paulo, 2016, Guilherme Alvernaz, animação, 12 min.
Animais é um curta de animação tradicional 2D. O filme acompanha uma família de macacos, na selva, onde o ambiente está maltratado e seco. Eles precisam enfrentar seus medos em busca de sobrevivência. É a lei da selva, vence o mais forte. Mas aqui são todos humanos.
// Documentário
Silêncio | Mogi das Cruzes, 2016, Bianca Rêgo, documentário, 18 min.
Um documentário sensível sobre um assunto muito pesado, nosso filme narra muitas formas de abuso que ocorrem silenciosamente no dia-a-dia e que quase sempre acabam sem punições. “Silêncio” fala sobre questões de gênero, machismo, racismo, leis equivocadas e assuntos que rondam a contemporaneidade no Brasil, mas sem soar sensacionalista.
Plano Aberto | Rio de Janeiro, 2016, Elder Barbosa, documentário, 25 min.
Leonardo é militante de um coletivo autonomista do Complexo do Alemão que luta pela saída da UPP da favela. Geandra é uma atriz de um uma companhia de teatro marginal da Maré. Alice é uma cineasta que realiza cinema independente na zona norte da cidade. Zé faz parte da luta do Movimento Passe Livre por uma revolução urbana. Jovens ativistas vivem e constroem novas formas de resistência nas periferias do Rio de Janeiro.
Pobre Preto Puto | Santa Cruz do Sul, 2016, Diego Tafarel, documentário, 14 min.
Nei D’Ogum é batuque, é sexo e é negritude. É amor e contradição. Um guerreiro das causas negras, gays e transexuais. Ele é a própria causa. Autodefine-se: “pobre, preto, puto”.
O Bailarino | Belo Horizonte, 2015, Lipe Canêdo, documentário, 13 min.
No tradicional norte de Portugal, homem de origem lusitana nascido em Moçambique dança ballet em bares e locais públicos. Ele começou a dançar depois dos 40, para resolver problemas de coluna, mas passou a ver sua arte como uma maneira de desafiar as mentalidades locais.
Índios no Poder | Brasília, 2015, Rodrigo Arajeju, documentário, 21 min.
Mario Juruna, único índio parlamentar na história do país, não consegue se reeleger para a Constituinte (1987/88). Sem representante no Congresso Nacional desde a redemocratização, as Nações Indígenas sofrem golpes da Bancada Ruralista aos seus direitos constitucionais. O cacique Ládio Veron, filho de liderança Kaiowa e Guarani executada na luta pela terra, lança candidatura a deputado federal nas Eleições 2014, sob ameaças do Agronegócio. Contra a PEC 215, seu slogan de campanha é “Terra, Vida, Justiça e Demarcação”.
Prepara! | Rio de Janeiro, 2016, Muriel Alves, documentário, 15 min.
“Prepara!” é um documentário que aborda a inclusão de travestis, transexuais, transgêneros e outras pessoas em situação de vulnerabilidade social e preconceito de gênero nas redes de ensino superior. Através do “PreparaNem”, curso gratuito preparatório para o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) direcionado a tais populações acompanhamos as jornadas, os sonhos e os sentimentos de três personagens transexuais – Luana Bruna e Téo.
As Incríveis Histórias de um Navio Fantasma | São Paulo, 2015, André Bonfim, documentário, 26 min.
Los Angeles, 1932. Em meio à Grande Depressão, a terra do cinema prepara-se para sediar uma Olimpíada dos sonhos. Mas longe dos holofotes uma delegação tropical faz de tudo para entrar em cena. Viagem em um navio carregado de café, falta total de recursos, despreparo técnico e emocional, esforço sobre-humano de superação: eis alguns dos destaques. Mesmo não ganhando a Olimpíada, nossa participação deu muito o que falar.
Entre Andares | Recife, 2016, Aline van der Linden e Marina Moura Maciel, documentário, 14 min.
No centro do Recife, cinco pessoas resistem junto a um prédio em estado de degradação. Enquanto contam suas histórias pessoais, memórias do prédio e da cidade são reveladas.
Afonso é uma Brazza | Brasília, 2015, Naji Sidki e James Gama, documentário, 24 min.
Afonso Brazza se tornou bombeiro por amor à profissão. Também por amor, era cineasta e ator. Com oito filmes produzidos, dirigindo e atuando em todos, Brazza se tornou um dos mais originais diretores do cinema brasileiro. Faleceu aos 48 anos, vítima de câncer. O material do documentário foi realizado antes da sua morte e mostra nosso herói combatendo incêndios na vida real e bandidos na ficção, era um sonhador. Sua história diverte e emociona.
Chacal Palavra Filme | Rio de Janeiro, 2015, Piu Gomes, documentário, 19 min.
Chacal Palavra Filme mostra um autor de atentados sensoriais com livros mimeografados, performances poéticas, blocos de carnaval. Criador solitário e organizador de coletivos libertários. O performer que faz da palavra munição, da fala sua arma e do corpo escudo em batalhas líricas contra a mesmice cultural.